O uso do respirador e a silicose

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Respirar ar puro é essencial para uma vida saudável, caso contrário, você estará sujeito a irritações, indisposições, problemas de saúde e até mesmo a morte. O trabalhador exposto aos riscos respiratórios ao longo da jornada de trabalho deve garantir a segurança e proteger a saúde com a utilização dos EPIs para a proteção respiratória. Existem inúmeras doenças ocupacionais que podem prejudicar a qualidade de vida dos colaboradores. Hoje, vamos falar da silicose.

Você conhece esta doença profissional?

Silicose é o nome dado à doença ocupacional que constitui-se na formação permanente de um chamado tecido cicatricial nos pulmões do trabalhador. Dentre as causas da doença, a inalação de poeira de sílica está entre as principais.  

Isso geralmente ocorre porque a sílica é uma substância extremamente nociva à nossa saúde. Presente na maioria das rochas, quartzos, na própria areia e muitos outros materiais, o pó fino surge quando o trabalhador atua com triturações, moagens, perfurações, entre outras operações nestes tipos de materiais.

Mas é válido lembrar que nem toda poeira provoca silicose! Apenas aquelas que possuem uma quantidade alta de poeira de sílica em sua composição. Como o dever do empregador é de promover a Saúde e Segurança dos trabalhadores, este é um risco que deverá estar em sua observação, caso seja identificado no ambiente de trabalho. 

Por este motivo, o uso do Respirador está dentre as principais medidas de proteção para controlar este risco, já que não é possível eliminá-lo totalmente. Se você tem dúvidas quanto a este assunto, fique ligado neste artigo.

Iremos mostrar a você os motivos pelos quais não é possível eliminar este risco, bem como o que é a Silicose, a importância dos Equipamentos de Proteção Respiratória e muito mais. Tenha uma boa leitura!

A importância dos Equipamentos de Proteção Respiratória

Os equipamentos de proteção respiratória protegem o trabalhador contra a inalação de contaminantes gerados por agentes químicos como poeiras, névoas, fumos, gases e vapores. Também utilizado em caso da falta do oxigênio.

A poeira da silicose se encaixa dentro destes contaminantes, e por isso o EPI torna-se tão importante neste caso também. No entanto, é claro que não é só pegar qualquer Respirador e sair utilizando. É preciso muito mais do que isso. 

Para a escolha do equipamento é preciso medir a concentração do agente químico no ar inspirado pelo usuário. Assim, ela será menor que a do ar externo. É importante verificar se o seu respirador está bem ajustado ao rosto para que nenhuma impureza passe por ele.

Outro ponto importante é o estado de saúde dos colaboradores que irão utilizar os equipamentos. Neste sentido, entra o exame médico periódico que deverá ser levado em consideração para identificar qual o melhor EPI a ser utilizado. 

Essa avaliação médica deverá seguir uma série de regras, a fim de que o resultado seja a garantia de um equipamento que realmente ofereça a proteção necessária. Dentre essas regras, temos:

  • O porte físico, a frequência cardíaca e respirometria do trabalhador, principalmente se o uso do EPI for prolongado;
  • Se há a necessidade do uso de lentes de contato;
  • A existência ou não de alergias ou irritações na pele provocadas por sensibilidade ao contato com algum material presente no respirador;
  • A necessidade de uso simultâneo de outros Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ou outras ferramentas;
  • Entre outros.

Sabendo e tendo isso documentado, é possível entender a aptidão do profissional às atividades propostas e aos Equipamentos de Proteção. Assim, o próximo passo deverá ser os Ensaios de Vedação com os Respiradores. 

Os ensaios de vedação qualitativos são essenciais para que o produto ofereça a proteção desejada. Serve para adequar perfeitamente o respirador ao rosto do usuário, a fim de que nenhum contaminante passe despercebido. 

Doenças ocupacionais e a Silicose

proteçao respiratoria respirador

Existem muitos casos de doenças profissionais e a silicose é uma delas. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que mais de três milhões de pessoas estão expostas à este tipo de doença.  Além de ser uma doença incurável, continua prejudicando a saúde de muitos trabalhadores pelo país. Esta doença é causada pela inalação de pó de sílica. Assim, a exposição do trabalhador durante muitos anos à este tipo de risco, pode causar danos irreparáveis. Uma poeira responsável pelo desenvolvimento de doenças crônicas causadoras de várias mortes no Brasil.

Os trabalhadores que atuam em minas, construção civil e da indústria química devem ficar atentos ao contato diário com a sílica. Muitas indústrias utilizam o pó de sílica para a fabricação de produtos e matérias específicas.

A utilização irregular dos EPIs e o uso incorreto do pó de sílica são considerados como os principais fatores para o aumento dos casos de patologias como a silicose.

Entenda melhor sobre a doença

Por ser um material que está presente na maioria das rochas, a sílica pode ser encontrada em diversos ramos industriais que lidam com moagem, trituração, entre outros, conforme já falamos anteriormente. 

A inalação deste contaminante é o que causa a Silicose, uma doença que faz acontecer uma espécie de endurecimento dos pulmões. Esse endurecimento é causado pela poeira de sílica que acaba sendo inalada durante o expediente do trabalhador.

Dentre os principais sintomas, estão a canseira, tosse, tonturas, fraqueza, falta de ar, entre outros. Como você viu, os sintomas são simples, então por isso você deve ficar atento. No entanto, ainda há um estágio avançado da doença, onde ocorrem dores na cabeça, pernas, emagrecimento, etc.

Além dos problemas da própria doença, é importante ressaltar que a Silicose causa um enfraquecimento dos pulmões. Isso é ruim pois facilita a contaminação de outras doenças respiratórias, o que pioraria o processo de cura. 

Leis que ajudam na proteção à Silicose 

No que se refere à Segurança do Trabalho, existem diversas leis que ajudam a proteger o trabalhador contra muitos tipos de doenças ocupacionais e acidentes do trabalho. No caso da silicose, não é diferente. 

Existem algumas medidas que visam diminuir o risco, assim como você pode ver abaixo:

  • Lei Nº 1.670 de 1999: Proíbe o jateamento com areia em qualquer material em todo o país.
  • Portaria nº 43 de 11 de março de 2008, do Ministério do Trabalho e Emprego: faz proibição às máquinas que cortam ou fazem acabamento de pedra a seco. Exige que todas tenham água acoplada.
  • Portaria nº 777 de 28 de abril de 2004 do Ministério da Saúde: determina que o médico do trabalho notifique cada um dos casos de Silicose e de câncer decorrente do trabalho dentro da área do SUS. 

Lembrando que em caso da doença se confirmar, o colaborador terá direito ao registro da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) reconhecendo a enfermidade como Doença Profissional (B91) no INSS. 

Medidas de Controle de Risco contra a Silicose 

O uso do respirador é com certeza uma das medidas de controle de risco a serem tomadas para evitar doenças como a Silicose. No entanto, a última delas, quando entram os EPIs. Antes disso, há uma série de estratégias que deverão ser adotadas previamente.

Veja quais são elas: 

  • SUBSTITUIR os materiais que contenham a sílica por outros que não possuem este produto em sua composição;
  • UMIDIFICAR (molhar) a perfuração das rochas, torneamento, lixamento e outras operações a seco, impedindo que a poeira fique no ar;
  • LAVAR OU LIMPAR COM ASPIRADOR: não limpar piso, máquinas e bancadas com vassouras ou ar comprimido; 
  • INSTALAR EXAUSTORES para capturar a poeira no ponto em que ela se forma e impedir que o pó se  espalhe pelo ar;
  • SEPARAR com paredes e vedações os locais que produzem poeira dos demais setores;
  • ISOLAR a máquina ou aquela parte onde se produz poeira do resto do local de trabalho.
  • FORNECER EPIS para os trabalhadores, dentre eles, o Respirador que é muito importante.

Quanto à insalubridade, o limite de tolerância nestes casos é de 0,1mg/m³. Ou seja, a partir deste valor, é determinado um ambiente insalubre. Inclusive, há um estudo que diz que trabalhar em um nível de exposição à sílica como este pelo período de 30 anos, pode causar silicose em até 10% dos colaboradores. 

EPIs para Proteção Respiratória

Os tipos de respiradores para garantir a proteção respiratória dos trabalhadores são:

No entanto, ainda temos outras opções igualmente importantes, como:

  • Equipamento de respiração autônomo
  • Sistema de Linha de Ar
  • Respirador Motorizado
  • Respirador 1/4 facial
  • Acessórios: base para filtro, película para respirador facial, retentor para filtro mecânico, entre outros.

Sem contar os tipos de filtros respiratórios, que também são importantes. Dentre eles, temos:

  • Filtro Mecânico;
  • Químico; ou
  • Filtro Combinado.

Lembrando que todas as impurezas que inalamos ao longo da vida são cumulativas, ou seja, tudo que for tóxico ou impuro, nunca mais sairá dos pulmões. Com o tempo, a capacidade pulmonar diminui e a quantidade de ar armazenados nos pulmões reduz devido às impurezas inaladas.

Lembrando que todas as impurezas que inalamos ao longo da vida são cumulativas, ou seja, tudo que for tóxico ou impuro, nunca mais sairá dos pulmões. Com o tempo, a capacidade pulmonar diminui e a quantidade de ar armazenados nos pulmões reduz devido às impurezas inaladas.

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